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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Vilão em ‘Pecado Mortal’, Vitor Hugo alcança ápice na carreira


​Vitor Hugo analisa seu trabalho em Pecado Mortal como um ”divisor de águas” em sua carreira. Na televisão há 24 anos, ele colecionou personagens expressivos em produções como Chamas da Vida e Rei Davi. No entanto, é sob o texto de Carlos Lombardi e na pele do corrupto vilão Picasso que o ator tem a oportunidade de interpretar seu primeiro papel de maior destaque. Aos 36 anos, Vitor Hugo se mostra surpreso com o crescimento do personagem ao longo dos capítulos. “Trabalho para ser a maior chance da minha carreira e o meu grande vilão. Sem dúvida, é o personagem com maior espaço na trama que já fiz. Ele interfere em todas as histórias e nos mais variados núcleos”, afirma.

Na história, Picasso atua no centro da disputa entre duas importantes famílias de bicheiros do Rio de Janeiro, temática que move o folhetim. Sem pudor, ética e moral, o personagem age com um sorriso sedutor e ironias o tempo todo. E foi exatamente essa dubiedade que atraiu a atenção de Vitor Hugo. “As indicações do texto são de um papel emblemático. Me inspiro muito no curinga do baralho para seu sorriso irônico”, defende ele, que buscou dar tons cômicos para seu vilão. “O personagem gosta de um palco e uma plateia. Levei o papel para o lado pacífico e sorridente. Ele não transmite maldade o tempo todo. É o cara que engana sorrindo”, explica. O figurino extravagante foi um dos principais pontos para o ator incorporar a personalidade do papel através das peças com estampas chamativas e o peitoral sempre desnudo. “As roupas mostram quem ele é. Ele só usa tons que puxam para o sangue. Ele tem uma postura para frente e o peito para fora”, aponta.
"Trabalho para ser a maior chance da minha carreira", diz Vitor Hugo sobre o vilão Picasso Foto: Pedro Paulo Figuereido/ Carta Z Notícias / TV Press
Ambientada na década de 1970, o folhetim contou com um intenso período de laboratórios. Para interpretar o destemido e violento detetive, Vitor Hugo procurou, por conta própria, aulas de tiro e luta para dar mais veracidade ao seu papel na história de Carlos Lombardi. “Tenho muitas cenas de ação e precisava ter esses truques dos golpes. Nunca tive contato com armas. Precisava ganhar segurança na hora de dar um tiro”, explica ele, que protagoniza diversas cenas sem camisa, como é normal nas tramas do autor. “Sempre fui magro e mirrado. Precisava ganhar massa muscular para esse trabalho”, completa. Além disso, o ator também participou de workshops promovidos pela Record sobre o contexto histórico da década de 1970 e o início do jogo do bicho no Rio de Janeiro, temática que envolve todo o folhetim.

Em seu segundo trabalho com Lombardi – ele atuou em Perigosas Peruas –, Vitor Hugo sente maior familiaridade com o texto. Aliás, repetir parcerias com autores não é um acontecimento inédito em sua carreira. Antes da atual trama da Record, ele vinha de sua terceira minissérie bíblica sob o texto de Vivian de Oliveira: José do Egito, depois de ter atuado em A História de Esther, de 2010, Rei Davi, de 2012. “É muito bom ter um reencontro com autores. De alguma forma, sempre sinto maior familiaridade com o texto. Há uma compreensão muito maior de trabalho de ambas as partes”, valoriza ele, que prefere atuar em gêneros bíblicos e minisséries por conta do processo de produção mais detalhista e artesanal. “É possível ter um longo período de pesquisa. Além disso, tenho mais domínio do destino dos meus personagens, que seguem uma linha homogênea do começo ao fim”, argumenta.

O pensador O jeito eloquente e questionador de Vitor Hugo é uma herança do período em que o ator se formou em Filosofia pela PUC-Rio. A ideia de analisar o pensamento humano e artístico ajudou este carioca de 36 anos ao longo de sua trajetória profissional. “O teatro me levou para a filosofia. Gosto de racionalizar as coisas à minha volta. Todas as minhas indagações filosóficas me ajudam a compor o perfil de um novo trabalho”, afirma

Apesar de engatar diversos trabalhos na Record, Vitor Hugo ainda deseja dar sequência aos seus estudos na área. O ator tem duas pós-graduações em arte filosófica inacabadas na mesma faculdade em que se formou. “É a minha grande paixão. Quero muito concluir. Mas, felizmente, tenho tido muitos projetos na Record que não me permitem uma grande dedicação. Quero poder exercer esse meu lado racional e questionador sempre”, planeja.

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