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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mocinha vilã a caminho da redenção em ‘Sangue Bom’


Com ainda duas semanas pela frente, é de se esperar que Amora (Sophie Charlotte) encontre redenção para todos os males que andou praticando em durante os seis meses que Sangue Bom (Globo, 19h30) ficou no ar. Depois de desmascarada, quando vieram à tona suas armações para fisgar Bento (Marco Pigossi) e fazê-lo herdeiro de Plínio (Herson Capri), ela já decaiu de it-girl para vendedora de sapatos e foi humilhada na vizinhança. A partir do capítulo desta segunda (21), começará a viver um tremendo drama por causa da doença da irmã de Simone (Andreia Horta). Com câncer, recém reencontrada terá pneumonia e ficará entre a vida e a morte. Humilde de uma hora para outra, Amora pegará o bonde do arrependimento, que costuma recolher os vilões das novelas quando o final se aproxima.

A regeneração pode não ser o caminho mais interessante para um personagem, mas não chega a ser um pecado, pois em geral atende à expectativa de boa parte da audiência. Mas o melhor de Amora foi mesmo o caminho, mais do que o desfecho politicamente correto que a espera. Com a morte da irmã, ela deve assumir a criação dos sobrinhos, devolvendo ao mundo amor no lugar do abandono que ela mesma recebeu quando criança. Antes, ainda será presa por algo que não cometeu e viverá um inferno na prisão até ser resgata por Bento – não será surpresa se, depois de tudo, o casal terminar junto.

Figura um tanto indecifrável, a mocinha mais vilã dos últimos tempos chegou a confundir o público. Ela é boa ou má, afinal? – era justamente essa ambiguidade que a fortalecia como personagem. Num dos seus melhores momentos, a patricinha se mostrou extremamente insensível quando o então namorado, Maurício (Jayme Matarazzo), disse precisar de um ombro amigo para choramingar pela separação dos pais. Amora não lhe deu conforto, mas um balde de água fria – não há espaço para fraquezas nesse mundo que ela conhece bem, ensinou.

O momento resumiu bem o perfil da menina elegante de passado miserável, que acumulava sapatos por não conseguir superar o trauma de não ter o que calçar na infância. Nada divertida e até pouco leve para uma novela das 7, a trajetória da it-girl deu densidade de novela das 8 à trama cheia de simbolismos de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. Sendo assim, a redenção por meio da tragédia pode ser vista não como um caminho fácil para o folhetinesco “felizes para sempre”, mas como uma mensagem de esperança: o sangue ruim, ainda mais jovem como o de Amora, tem jeito – basta que a lição certa seja aplicada.

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